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RBCE - A revista da







             Financiar e eliminar as


             distorções para expandir


             as exportações de bens de ciclos


             de produção de longo prazo










                                                                                Tuany Barcelos
                                                                    é doutoranda em engenharia de produção na
                                                                         PUC (RJ) e professora da Funcex
              Tuany Barcelos



          A redução das tarifas aduaneiras e o relaxamento ou eliminação das barreiras não tarifárias nas importações podem
          trazer importantes benefícios para o Brasil, e aumentar a competitividade das empresas brasileiras no mercado
          internacional ao permitir a entrada de insumos e produtos com preços mais baixos. Além disso, a eliminação de bar-
          reiras não tarifárias pode tornar o processo de importação mais eficiente e reduzir os custos das empresas. A adoção
          de medidas que promovam a redução das tarifas aduaneiras e o relaxamento das barreiras não tarifárias torna-se
          essencial para impulsionar o comércio exterior do Brasil e melhorar a sua posição no mercado global.

          O acesso a financiamento e seguro de crédito às exportações é fundamental para o Brasil, uma vez que pode contri-
          buir para o aumento das vendas externas do país e, consequentemente, para o crescimento econômico. Além disso,
          pode reduzir o custo de produção e aumentar a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.
          O seguro de crédito às exportações é uma ferramenta importante para mitigar os riscos associados às transações
          comerciais no exterior, fornecendo garantias financeiras aos exportadores, podendo aumentar a confiança dos im-
          portadores em relação aos produtos brasileiros, além de possibilitar a conquista de novos mercados e a ampliação
          das vendas para os países já atendidos.

          O seguro de crédito às exportações reduz os riscos associados ao comércio internacional, especialmente em tempos
          de instabilidade econômica global. Recentemente, a pandemia de Covid-19 aumentou a demanda por esse tipo de
          seguro, uma vez que muitas empresas enfrentam dificuldades financeiras e riscos de inadimplência em meio às in-
          certezas do mercado. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
          em 2020, o volume de garantias emitidas pelas agências de crédito à exportação dos países da OCDE aumentou em
          cerca de 20% em relação a 2019, atingindo o valor recorde de US$ 76,7 bilhões. Segundo a Agência Brasileira Ges-
          tora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), em 2020 houve um aumento de 62% nas operações de seguro
          de crédito às exportações brasileiras, em comparação com o ano anterior. Embora o acesso ao seguro de crédito às
          exportações possa ajudar as empresas brasileiras a superar dificuldades no comércio internacional, ainda existem al-
          guns desafios a serem enfrentados, como a falta de informações claras e confiáveis sobre os mercados internacionais
          e a complexidade burocrática do processo de solicitação de garantias.
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          Gostaria de agradecer a Henry Pourchet pela elaboração dos dados apresentados, depois de aulas, diálogos e incentivo para começar a en-
          tender e escrever sobre financiamento e produção na exportação com Daiane Santos e Mario Cordeiro, ambos da Funcex.


          Nº  154 - Janeiro, Fevereiro e Março de 2023                                                       27
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