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Práticas de Comex









             Turnaround na Exportação:

             o caso Avibras




















              Jorge Sahione
                 Neto

          No  nal de janeiro deste ano, o presidente Lula convidou Josué Gomes, presidente da Fiesp, para apresentar suges-
          tões aos comandantes das Forças Armadas para impulsionar, no Brasil, a Base Industrial de Defesa (BID). Cumpre
          mencionar que a Associação Brasileira das Indústria de Materiais de Defesa e Segurança (Ambide) faz parte do
          quadro permanente da Fiesp e esteve presente, com a Fiesp, para fazer a correta e necessária defesa dos interesses
          empresariais do setor. Essa associação é reconhecida como “a voz das indústrias de Defesa e Segurança” e apoia a
          BID com ações e promoções comerciais que visam ao seu desenvolvimento no Brasil e no exterior.
          Ato contínuo, o presidente Lula determinou aos ministros José Múcio (Defesa) e Geraldo Alckmin (Desenvolvi-
          mento) que, com base nas sugestões levadas pelo setor empresarial, encontrassem soluções para impulsionar a in-
          dústria de defesa, sendo uma prioridade de seu governo. Para auxiliar nessa tarefa, segundo informações de jornais,
          um membro do governo de transição – o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho – está elaborando um plano
          de resgate para a indústria bélica brasileira, a pedido do governo federal. O caso mais urgente, segundo a imprensa,
          e o primeiro na lista de Coutinho, é o da Avibras, fabricante nacional de foguetes e mísseis, que enfrenta grave crise.

          A Avibras é a única empresa fabricante e fornecedora, no país, dos seguintes produtos:

            (a) equipamentos, munições, viaturas, peças de reposição especí cas, simuladores de treinamentos virtuais inte-
            grados, serviços e manutenção do sistema Astros (Artillery Saturation Rocket Sytem); e

            (b) equipamentos, simuladores, peças de reposição e serviços de manutenção de foguetes Ar-Terra e Terra-Terra,
            e lançadores múltiplos para disparar foguetes com seus equipamentos de operação, testes e manutenção.

          O fato a atentar é que o ciclo de produção, venda e recebimento desses bens é longo e o ciclo de realização do capital,
          também, o que requer acesso a  nanciamento e garantias, principalmente, para exportar.

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         Jorge Sahione Neto é superintendente do Instituto Educacional Euvaldo Lodi, Colégio Além Paraíba, fundado em 1955, na cidade de Além Paraíba,
         Minas Gerais; e é especialista em gestão de ativos sob stress, e de reestruturação de negócios.
         Agradeço pelos diálogos e incentivo de Mario Cordeiro da Funcex para abordar e desenvolver este tema, notadamente na parte de gestão dos atores da
         política de comércio exterior e de trade  nance.

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