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RBCE - A revista da
A questão da credibilidade inicial pode ser endereçada
através da construção gradual de um portfólio digital
robusto, incluindo certi cações pro ssionais, depoi-
mentos de clientes e case studies de sucesso. A participa-
ção ativa em associações comerciais digitais e a obtenção
de certi cações em comércio internacional fortalecem a
posição pro ssional. O acesso ao capital de giro, tradi-
cionalmente um obstáculo, pode ser mitigado através de
parcerias estratégicas, factoring digital e plataformas de
crowdfunding especializado em comércio internacional.
Além disso, o modelo de trader digital permite iniciar
operações com investimentos menores, focando inicial-
mente em produtos de menor valor agregado e expan-
dindo gradualmente o portfólio.
O movimento de empoderamento de mulheres como
traders digitais promete transformar não apenas vidas
individuais, mas comunidades inteiras. Mulheres em
situação de vulnerabilidade social podem encontrar
na atividade de trade digital uma fonte sustentável de
renda, contribuindo para a redução da desigualdade de
gênero e o fortalecimento econômico familiar. A esca-
labilidade deste modelo permite que uma trader digital
bem-sucedida eventualmente constitua uma equipe, ge-
rando empregos diretos e indiretos em sua comunidade.
Além disso, o conhecimento adquirido sobre mercados
internacionais pode ser compartilhado através de men-
torias, consultorias e programas educacionais, criando
um efeito multiplicador positivo.
A consolidação de uma cultura de exportação empre-
endedora feminina através do modelo de trader digital
representa uma oportunidade histórica para o Brasil. É
imperativo que governos, instituições educacionais, or-
ganizações não-governamentais e setor privado se unam
para criar ecossistemas de apoio que incluam capacitação
técnica, acesso a nanciamento, mentoria especializada
e redes de networking. Investir no desenvolvimento de
mulheres traders digitais não é apenas uma questão de
justiça social, mas uma estratégia econômica inteligen-
te que pode posicionar o Brasil como líder em inovação
comercial inclusiva. O futuro do comércio internacional
será digital, global e, esperamos, cada vez mais feminino.
Cabe a nós, como sociedade, garantir que todas as mu-
lheres tenham acesso às ferramentas e oportunidades ne-
cessárias para prosperar neste novo paradigma comercial.
Nº 164 - Julho, Agosto e Setembro de 2025 45

