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RBCE - A revista da
                    Mulheres Líderes na Exportação








             As mulheres como traders na história


             e na atualidade




















              Shirley Siolary



          Numa perspectiva histórica, o papel das mulheres como comerciantes ou traders na história tem sido signi cativo, mas
          frequentemente subestimado. Vale observar que as mulheres se envolveram no comércio, especialmente a partir do
           nal da Idade Média, visto que nas cidades italianas, elas, por exemplo, participavam da compra e venda de mercadorias
          ou de negócios, às vezes com total autonomia. Estas possuíam meios de produção, investiam e acumulavam riqueza,
          e há registros mostrando-as como comerciantes e traders de lã ativas, investidoras e parceiras de negócios, mesmo em
          setores dominados por homens. Importa reter que a atuação das mulheres como traders data desde a Inglaterra e a Itália
          medievais por serem ativas em mercados locais, frequentemente assumindo o controle após a viuvez.

          No entanto, as restrições patriarcais frequentemente limitavam suas oportunidades econômicas, particularmente
          no comércio atacadista e, sobretudo, no comércio de longa distância. Mulheres comerciantes e traders atuaram
          como parceiras iguais de seus maridos ou como viúvas, assumindo negócios, demonstrando importante papel eco-
          nômico, apesar dos desa os sociais. Vale ressaltar que as mulheres participavam do comércio de longa distância me-
          dieval, mas seu envolvimento era limitado e representava uma pequena parcela dos comerciantes. Estima-se algo em
          torno de 3% a 4% na Inglaterra medieval. Sua participação era caracterizada por papéis como parceiras econômicas,
          em vez de comerciantes individuais com identidade própria.
          As mulheres que atuavam no comércio internacional, na Inglaterra, puderam ser identi cadas nos registros his-
          tóricos de dívidas e de alfândegas como comerciantes/traders e investidoras no comércio de longa distância. No
          entanto, sua participação econômica era limitada por estruturas patriarcais e sociais, que limitavam seu acesso direto
          ao capital e aos mercados atacadistas de grande escala, especialmente após o século XIV. Apesar dessas restrições,
          algumas mulheres atuavam como parceiras econômicas em pé de igualdade, gerenciando empreendimentos comer-
          ciais ou representando empresas familiares em centros de mercado dinâmicos como Londres.
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          Shirley Siolari, como líder e empreendedora, valorizo a visão estratégica aliada ao conhecimento profundo do mercado, estimulando parcerias que am-
          pliam horizontes e geram valor real para empresas, investidores e clientes.
          Bacharel em Direito, membro da Comissão de Comércio Exterior da OABSP, certi cada pela Escola de Negócios e Advocacia Internacional, Adler Mar-
          tins. Arbitragem, M&A e Disputas Complexas pela CPA. Direito Econômico na Modernidade pelo Centro de Excelência Jean Monnet UE.
          Como empreendedora, construí uma carreira de mais de duas décadas no setor de Perfumaria Internacional, importação e exportação, trabalhando com
          grandes marcas da moda global.
          Atualmente, dedico minha expertise para defender e promover o empoderamento econômico de mulheres, uma causa que abraço como membro da Rede
          WIT Woman Insider Trade e Rede Mulher Empreendedora.


          Nº  164 - Julho, Agosto e Setembro de 2025                                                         41
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