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Mulheres Líderes na Exportação
PARTICIPAÇÃO FEMININA NO CO APEXBrasil (Agência Brasileira de Promoção de
MÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Exportações e Investimentos): apoia o programa “Elas
Exportam”, com dados, cursos, mentorias e cases de su-
cesso de mulheres exportadoras; realiza eventos e feiras
A segunda edição do estudo “Mulheres no Comércio
Exterior Brasileiro”, publicada pelo Ministério do De- com foco em empresas lideradas por mulheres.
senvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
em março de 2025, revela avanços importantes, mas quenas Empresas): Estudos e Relatórios sobre Mulhe-
também persistentes desa os na inclusão feminina nes- res Empreendedoras, contemplando dados sobre a pre-
se setor. Em 2022, mulheres representavam 31,8% dos sença feminina no empreendedorismo e internacionali-
empregos em empresas exportadoras — aumento em re- zação de MPEs, além de publicações como o relatório
lação a 2020 — mas ainda abaixo da presença feminina “Empreendedorismo Feminino no Brasil”.
nas empresas voltadas ao mercado interno.
ONU Mulheres & ITC (International Trade Cen-
Apesar do crescimento no empreendedorismo, somente tre): O “SheTrades”, do ITC/ONU Mulheres, oferece
22,5% dos cargos de liderança em empresas exportado- capacitação e oportunidades de mercado internacional
ras são ocupados por mulheres, e a disparidade salarial para mulheres empresárias. Algumas ações são desen-
permanece signi cativa: mulheres ganham, em média, volvidas em parceria com ApexBrasil e Sebrae.
25,1% menos que os homens, chegando a 25,6% nos
cargos de che a. Empresas com maioria feminina na so- BNDES e Banco do Brasil, por meio de seus relatórios
ciedade representam só 2% do valor exportado, atuando de crédito direcionado e projetos de apoio à internacio-
em mercados menos diversos. nalização, possuem dados e linhas especí cas para em-
presas lideradas por mulheres, com foco em exportação.
Iniciativas como o programa Elas Exportam e a adesão
ao Arranjo Global sobre Comércio e Gênero (GTA-
GA), com cláusulas de empoderamento feminino, de-
monstram esforço institucional para mudança. O estu-
do brasileiro inclusive inspirou debates no G20.
A conclusão é clara: políticas públicas, redes de apoio
e mentoria são estratégicas para ampliar a participação
feminina nos setores mais competitivos da economia.
A participação feminina no comércio exterior brasilei-
ro é tema recorrente em diversas frentes. Instituições
governamentais, centros acadêmicos e organizações do
setor privado têm se dedicado à análise, promoção e de-
senvolvimento de iniciativas que fortalecem o protago-
nismo das mulheres nesse campo estratégico da econo-
mia, entre as quais destacam-se:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comér-
cio e Serviços(MDIC): O estudo “Mulheres no Co-
mércio Exterior – Uma Análise para o Brasil”, elaborado
pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, faz uso
de um conjunto de dados que, pela primeira vez, permi-
te que os pesquisadores e formuladores de política vejam
os dados trabalhistas e societários do Brasil relacionados
ao comércio internacional, por gênero. Esses dados tra-
zem novas informações sobre como as mulheres estão
empregadas, em quais indústrias trabalham, qual é sua
renda, onde atuam como empreendedoras e se estão ou
não envolvidas no comércio global.
40 Nº 164 - Julho, Agosto e Setembro de 2025

