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Momento Atual








             A nova rota da internacionalização:


             escolas como vetores de conexão global


             nas cidades médias brasileiras











                                                              Cesar Bisson é gerente de growth da Red House International
                                                              School, rede de escolas internacionais em expansão no Brasil.
                                                              Especialista em educação, atua na prospecção de investidores,
               César Bisson                                   desenvolvimento de estratégias de crescimento e estruturação
                                                              de novos negócios no setor educacional.

          Nos últimos anos, o Brasil tem assistido à mudanças signi cativas em sua educação básica, impulsionadas, de um
          lado, pelo interesse crescente das famílias por uma formação bilíngue e de outro pela chegada de novos atores e
          exigências ligadas à economia global. Com o avanço da inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, cresce a
          necessidade de uma infraestrutura de suporte capaz de sustentar essa nova fase do desenvolvimento. Nesse novo
          contexto, as escolas internacionais deixam de ser exclusividade de grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Ja-
          neiro e passam a ocupar um papel estratégico em cidades médias e capitais emergentes, operando como verdadeiros
          catalisadores de desenvolvimento regional.



          UMA NOVA GEOGRAFIA DA GLOBALIZAÇÃO


          Nas últimas décadas, o Brasil tem experimentado uma mudança signi cativa na geogra a da atração de investimen-
          tos estrangeiros. Cidades médias que antes ocupavam posições periféricas na economia internacional passaram a ser
          visadas por novos  uxos de capital, impulsionadas por fatores como incentivos regionais, logística e ciente, custos
          operacionais mais baixos e qualidade de vida local. Cidades como Maceió, Aracaju, João Pessoa, Belém e Uberlândia
          emergem com protagonismo nesse cenário de transformação. Relatórios da ApexBrasil e da Confederação Nacional
          da Indústria (CNI) já destacam essa tendência de interiorização dos investimentos, com foco crescente em polos
          regionais capazes de oferecer vantagens logísticas,  scais e de capital humano.

          Esse movimento gera implicações diretas na dinâmica urbana, econômica e social desses territórios. Entre os fatores
          críticos para sustentar esse processo de internacionalização está a existência de infraestrutura de serviços compatível
          com os padrões globais, e isso inclui, de maneira estratégica, a educação básica. O presente artigo propõe re etir
          sobre o papel das escolas internacionais como alicerces da internacionalização descentralizada do Brasil.



          ESCOLAS INTERNACIONAIS COMO ATIVOS ESTRATÉGICOS


          Famílias estrangeiras em mobilidade buscam segurança, estabilidade e continuidade no percurso educacional de
          seus  lhos. A existência de uma escola com currículo internacional como o IB (International Baccalaureate), Cam-

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