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RBCE - A revista da



          No campo normativo, o país já deu passos importantes com
          a Resolução CNE/CP nº 2/2020, que estabelece diretrizes   “
          para  a  educação  bilíngue  de  caráter  aditivo.  No  entanto,  à  Educação internacional não é um
          medida que modelos internacionais ganham espaço no Bra-     luxo, é parte do que faz uma cidade
          sil, cresce também a demanda por aperfeiçoamento e alinha-
          mento regulatório. Trata-se de uma agenda que pode avançar   estar pronta para competir e se desta-
          com diálogo entre os setores público e privado, promovendo   car num mundo cada vez mais inter-
          segurança jurídica e estimulando novas iniciativas.
                                                                                     ligado.
          O segundo desa o é a formação docente. Ainda são pou-
          cos os pro ssionais com  uência em inglês e domínio de                                             ”
          metodologias globais. Programas de bolsas no exterior
          e parcerias com instituições estrangeiras, como ocorre
          em Singapura e no Chile, podem acelerar esse processo.

          Por  m, há um aspecto cultural: é preciso superar a percep-
          ção de que escolas internacionais são um modelo elitizado.
          Ampliar a compreensão da sociedade sobre seu papel estra-
          tégico ajudará a legitimar políticas de incentivo e inclusão.



          CONCLUSÃO: EDUCAÇÃO COMO
          INFRAESTRUTURA GLOBAL PARA A

          COMPETITIVIDADE BRASILEIRA

          O Brasil que almeja protagonismo global precisa ir além
          de portos, acordos comerciais e incentivos  scais. Precisa
          investir  na  formação  de  sua  população  para  o  mundo,  e
          isso começa pela base educacional. Escolas internacionais,
          especialmente em cidades médias com vocação para atrair
          investimentos  estrangeiros,  devem  ser  compreendidas
          como parte da infraestrutura crítica para o século XXI.

          Essas escolas ajudam a conectar o que acontece local-
          mente com o que o mundo espera, e isso tem impacto
          real nas decisões de quem investe e de quem escolhe mo-
          rar nessas cidades.

          Ao reposicionar a educação como vetor de conexão in-
          ternacional, o Brasil fortalece não apenas sua atrativida-
          de econômica, mas sua relevância diplomática, cultural
          e tecnológica.

          Em um mundo onde talentos e investimentos são dis-
          putados globalmente, cidades que integram educação
          internacional às suas estratégias urbanas e econômicas
          saem na frente. Educação internacional não é um luxo, é
          parte do que faz uma cidade estar pronta para competir
          e se destacar num mundo cada vez mais interligado.

          Mais do que tendência, trata-se de uma necessidade es-
          trutural em um cenário em que cidades disputam inves-
          timentos globais e talentos quali cados.


          Nº  163 - Abril, Maio e Junho de 2025                                                              25
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