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RBCE - A revista da
No Brasil, a sua participação no valor total exportado que não podemos deixar passar, por exemplo. Existem
ainda é baixa. Nosso objetivo é que 15% das aprovações desa os a serem superados para tornar as garantias à ex-
anuais sejam direcionadas a esse segmento, o que repre- portação um instrumento cada vez mais alinhado às ne-
sentaria cerca de US$ 285 milhões (R$ 1,6 bilhão). cessidades dos exportadores, e os esforços para isso estão
em pleno andamento.
Direcionar maior parcela do apoio às MPMEs signi ca
aumentar as possibilidades desse segmento. Para atingir A ABGF tem demonstrado sua capacidade de entrega,
esse objetivo, são necessárias estratégias de diversi cação operando com uma estrutura ágil, técnica e orientada
de produtos com soluções mais escaláveis para destravar para resultados. Em um cenário de crescente competiti-
o gargalo do crédito bancário a empresas menores. Uma vidade global, nossa missão é garantir que os exportado-
alternativa promissora é o uso de garantias a carteiras de res brasileiros tenham o suporte necessário para crescer,
crédito bancárias, ampliando o acesso ao nanciamento gerar empregos e competir em patamar de igualdade no
de forma estruturada e e ciente. A ABGF e o MDIC es- mercado externo, fortalecendo a economia do país.
tão se debruçando sobre esse tema, buscando desenvol-
ver mecanismos que fortaleçam o suporte às MPMEs e
tornem o sistema mais acessível e dinâmico.
É fundamental destacar o papel dos bancos no
fortalecimento das exportações brasileiras. O BNDES
tem sido um parceiro estratégico, e o Seguro Crédito
à Exportação desempenha um papel importante em
sua atuação. Acreditamos que o SCE também pode
impulsionar a participação dos bancos privados no
nanciamento de longo prazo e no crédito para MPMEs.
Nos últimos dois anos, observamos um crescimento na
utilização do SCE por bancos privados – um movimen-
to promissor para ampliar o alcance do produto. Um
marco relevante foi sua aplicação em operações domés-
ticas de manutenção de motores aeronáuticos, que pode
ser o ponto de partida para uma adoção mais ampla da
ferramenta.
Diante desse cenário, estamos intensi cando nosso diá-
logo com bancos privados, buscando desenvolver solu-
ções que aumentem a utilização das garantias e tornem
o sistema de apoio às exportações ainda mais e ciente.
Esse tipo de diálogo também pode ser estendido ao mer-
cado segurador privado. O SCE tem um papel fundamen-
tal no preenchimento de lacunas no seguro de crédito à
exportação, mas há espaço para atuar de forma comple- “
mentar com seguradoras que possuam apetite para deter- O SCE tem um papel
minados riscos. A experiência internacional demonstra fundamental no preenchimento
que parcerias sólidas entre o setor público e privado são de lacunas no seguro de crédito à
essenciais para ampliar o alcance das soluções.
exportação, mas há espaço para atuar
O avanço do SCE tem sido signi cativo, e o trabalho de forma complementar com
conjunto com a Camex tem viabilizado resultados ex-
pressivos. Ainda há muito a se fazer. A posição estratégi- seguradoras que possuam apetite
ca do Brasil como potencial hub global de geração e ex- para determinados riscos
”
portação de energia verde representa uma oportunidade
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