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Práticas de Comex
Exportação de commodities
Romulo Del Carpio
é mestre em Economia e Política Internacional,
consultor em comércio exterior e negócios internacionais,
Romulo Del Carpio
autor de vários livros, docente na FGV e na Funcex
O Brasil alimenta o mundo com a exportação massiva de commodities de consumo, especialmente soja, açúcar,
carne bovina, carne de porco, frango, milho, arroz, café, particularmente para os mercados asiáticos – em especial a
China –, Estados Unidos, países do Mercado Comum Europeu e Oriente Médio. uanto às commodities de origem
mineral, o país se destaca com a exportação de ferro, manganês, nióbio, bauxita, petróleo e outras riquezas naturais.
A exportação de commodities segue procedimentos operacionais e documentais diferentes dos praticados numa
exportação convencional. O objetivo deste artigo é oferecer às empresas e aos traders uma visão sistêmica sobre o
funcionamento desse mercado, de grande importância para a economia brasileira.
Naturalmente existem exigências especí cas, quando se trata principalmente de exportação de commodities alimen-
tícias. Por exemplo, numa exportação de carne bovina, porco ou frango para o mercado da China, o frigorí co
brasileiro tem que ter o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abaste-
cimento (Mapa) aprovado pelas autoridades aduaneiras chinesas. Então, nem todo frigorí co brasileiro está habi-
litado para exportar para o mercado asiático, particularmente o da China. Assim, cada destino impõe suas próprias
exigências sanitárias, mais ainda nestes tempos de pós-pandemia.
A Funcex oferece, dentro do seu programa de treinamento empresarial, curso de Exportação de Commodities, ex-
pondo em detalhes temas operacionais e práticos que possam habilitar a empresa e o trader a entrar nesse promissor
mercado internacional.
Para se ter uma ideia ampla e sistêmica de como funcionam os procedimentos comerciais e documentais, o uadro
1 a seguir mostra as etapas comerciais e nanceiras que, em comum acordo, o exportador brasileiro e o importador
devem seguir, até a concretização do negócio. Nesse quadro são expostos os participantes, os procedimentos a se-
rem adotados, bem como a terminologia-padrão usada no mundo de compra e venda internacional de commodities,
notadamente agrícolas. Por sua vez, o uadro 2 apresenta toda a sistemática de uma exportação de commodities que
envolve o comprador e o vendedor no processo.
Fixados esses dois quadros, é preciso perceber e compreender o relacionamento comprador-vendedor a ser desenvol-
vido e que aqui iremos descrever, assim como o relacionamento comercial entre produtor, tradings e importador. Vale
lembrar também que o procedimento apresentado nos quadros são válidos para os contatos e negociações presenciais
entre as partes e, sobretudo atualmente, via plataformas comerciais existentes de digital trade tipo B2B, que operam
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