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RBCE - A revista da
executar as missões orientadas da política industrial. As
missões de nidas – em consenso entre governo, setor
privado e sociedade civil – são seis, a saber:
1. Na agroindustrial a missão é criar cadeias de
valor sustentáveis e digitais para gerar segurança
alimentar, energética e nutricional.
2. Na indústria ou complexo da saúde a missão
visa reduzir as vulnerabilidades do SUS de modo
a ampliar o acesso a todos à saúde.
3. Na área de infraestrutura, a missão visa buscar
sustentabilidade com vistas à conectividade e ao
bem-estar nas cidades, com foco em moradia,
mobilidade e saneamento.
Imagem de Markus Distelrath por Pixabay
4. Na área de transformação digital a missão é es-
tabelecer um vetor para a melhoria na produtivi-
dade industrial, ponto em que o país claudica há
décadas.
5. Na área de bioeconomia a missão visa a descar-
bonização e transição energética, assegurando re-
regimes aduaneiros que criarão melhores condições de cursos às gerações futuras.
agilidade e competitividade para que as empresas atuem
no comércio internacional. 6. Na área de defesa a missão objetiva trazer tec-
nologias que interessem à defesa do Brasil, garan-
De fato, é preciso que se compreenda que na atual fase tindo a sua soberania.
de reindustrialização do Brasil faz-se necessário que se-
jam dados saltos industriais. A dinâmica mundial hoje Essas missões podem utilizar os mecanismos de redução
é pautada por inovações abruptas e constantes de pro- de custos e de agilidade existentes no comércio exterior,
duto, com mudança na base da produção industrial e, como os mencionados brevemente acima, visto que é
agora, com ênfase no uso de fontes renováveis de energia por meio deles que na prática o Brasil poderá se inserir
– isso é ser uma indústria pujante. imediatamente nas cadeias globais de valor, adentrando
mais plenamente no mercado global.
Hoje, a preocupação com sustentabilidade e descarboniza-
ção é a tônica do mundo dos negócios, e afetará qualquer Isso signi ca atender a um dos princípios da Nova
política industrial de uma nação. Outros fatores, vistos ou- Indústria do Brasil (NIB), que é a inserção global qua-
trora, seguem rmes: trazer maior competitividade ao país, li cada. Esses mecanismos de redução de custos e de
aumentar a sua produtividade e desenvolver o progresso téc- maior agilidade no comércio exterior podem estar asso-
nico de seus recursos humanos. Mas, no plano atual, o que ciados à proposta do governo brasileiro de:
salta aos olhos é a inserção do Brasil no comércio interna-
cional. Contudo, a ênfase se dá nas exportações e pouco se Melhoria do ambiente de negócios, com um amplo
fala das importações, como se uma não vivesse sem a outra. conjunto de medidas para aumentar a competitivi-
Em função da complexidade industrial e econômica a ser dade do setor produtivo nacional, por meio do apri-
moramento
humanos
brasileiros;
pro-
recursos
dos
observada em cada unidade que produz, exporta e importa moção comercial, com a abertura de no os mercados
é preciso que o governo expanda os seus instrumentos para para os produtos e serviços brasileiros no exterior, va-
a reindustrialização, agregando plataformas voltadas para a lendo-se de ministérios e de instituições como a Agên-
competitividade e agilidade no comércio exterior, como o cia Brasileira de Promoção de Exportações e In esti-
Operador Econômico Autorizado (OEA). mentos (ApexBrasil); e da redução das ine ciências
regulatórias do país, em domínios como propriedade
Esses mecanismos de redução de custos e aumento de intelectual, metrologia, tributação, in aestrutura e
agilidade podem ser instrumentos adicionais para se comércio exterior. (Brasil, 2024. p. 10)
Nº 158 - Janeiro, Fevereiro e Março de 2024 57