Page 63 - RBCE 158
P. 63

RBCE - A revista da



                                                              executar as missões orientadas da política industrial. As
                                                              missões de nidas – em consenso entre governo, setor
                                                              privado e sociedade civil – são seis, a saber:
                                                                    1. Na agroindustrial a missão é criar cadeias de
                                                                    valor sustentáveis e digitais para gerar segurança
                                                                    alimentar, energética e nutricional.

                                                                    2. Na indústria ou complexo da saúde a missão
                                                                    visa reduzir as vulnerabilidades do SUS de modo
                                                                    a ampliar o acesso a todos à saúde.

                                                                    3. Na área de infraestrutura, a missão visa buscar
                                                                    sustentabilidade com vistas à conectividade e ao
                                                                    bem-estar nas cidades, com foco em moradia,
                                                                    mobilidade e saneamento.
                                       Imagem de Markus Distelrath por Pixabay
                                                                    4. Na área de transformação digital a missão é es-
                                                                    tabelecer um vetor para a melhoria na produtivi-
                                                                    dade industrial, ponto em que o país claudica há
                                                                    décadas.

                                                                    5. Na área de bioeconomia a missão visa a descar-
                                                                    bonização e transição energética, assegurando re-
          regimes aduaneiros que criarão melhores condições de      cursos às gerações futuras.
          agilidade e competitividade para que as empresas atuem
          no comércio internacional.                                6. Na área de defesa a missão objetiva trazer tec-
                                                                    nologias que interessem à defesa do Brasil, garan-
          De fato, é preciso que se compreenda que na atual fase    tindo a sua soberania.
          de reindustrialização do Brasil faz-se necessário que se-
          jam dados saltos industriais. A dinâmica mundial hoje  Essas missões podem utilizar os mecanismos de redução
          é pautada por inovações abruptas e constantes de pro-  de custos e de agilidade existentes no comércio exterior,
          duto, com mudança na base da produção industrial e,  como os mencionados brevemente acima, visto que é
          agora, com ênfase no uso de fontes renováveis de energia  por meio deles que na prática o Brasil poderá se inserir
          – isso é ser uma indústria pujante.                 imediatamente nas cadeias globais de valor, adentrando
                                                              mais plenamente no mercado global.
          Hoje, a preocupação com sustentabilidade e descarboniza-
          ção é a tônica do mundo dos negócios, e afetará qualquer  Isso signi ca atender a um dos princípios da Nova
          política industrial de uma nação. Outros fatores, vistos ou-  Indústria do Brasil (NIB), que é a inserção global qua-
          trora, seguem  rmes: trazer maior competitividade ao país,  li cada. Esses mecanismos de redução de custos e de
          aumentar a sua produtividade e desenvolver o progresso téc-  maior agilidade no comércio exterior podem estar asso-
          nico de seus recursos humanos. Mas, no plano atual, o que  ciados à proposta do governo brasileiro de:
          salta aos olhos é a inserção do Brasil no comércio interna-
          cional. Contudo, a ênfase se dá nas exportações e pouco se   Melhoria  do  ambiente  de  negócios,  com  um  amplo
          fala das importações, como se uma não vivesse sem a outra.   conjunto  de  medidas  para  aumentar  a  competitivi-
          Em função da complexidade industrial e econômica a ser    dade do setor produtivo nacional, por meio do apri-
                                                                    moramento
                                                                                         humanos
                                                                                                  brasileiros;
                                                                                                            pro-
                                                                                  recursos
                                                                              dos
          observada em cada unidade que produz, exporta e importa   moção comercial, com a abertura de no os mercados
          é preciso que o governo expanda os seus instrumentos para   para os produtos e serviços brasileiros no exterior, va-
          a reindustrialização, agregando plataformas voltadas para a   lendo-se de ministérios e de instituições como a Agên-
          competitividade e agilidade no comércio exterior, como o   cia Brasileira de Promoção de Exportações e In esti-
          Operador Econômico Autorizado (OEA).                      mentos (ApexBrasil); e da redução das ine ciências
                                                                    regulatórias do país, em domínios como propriedade
          Esses mecanismos de redução de custos e aumento de        intelectual,  metrologia,  tributação,  in aestrutura  e
          agilidade podem ser instrumentos adicionais para se       comércio exterior. (Brasil, 2024. p. 10)

          Nº  158 - Janeiro, Fevereiro e Março de 2024                                                       57
   58   59   60   61   62   63   64   65   66   67   68