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RBCE - A revista da

tores privados, a América Latina seria a região mais de- É realmente constrangedor o desperdício da criativida-
senvolvida do planeta. Vejamos o rol das entidades criadas de governamental latino-americana. O último e recente
que visam à “salvação” da integração regional, mostrando encontro o cial, que resultou num documento amorfo,
que o desperdício de tempo e de recursos são incontrolá- repete, pela enésima vez, o besteirol verborrágico que
veis na região. Salvo eventuais omissões: tem caracterizado as declarações conjuntas dos gover-
nantes latino-americanos de plantão. Eles são especia-
1 – Entidades o ciais de fomento e amparo institu- listas em repisar, a cada encontro, os mesmos dogmas
cional socialistas sacramentados no Foro de São Paulo. Infe-
lizmente, nenhuma palavra de apoio à iniciativa privada
• Alba – Alternativa Bolivariana para as Américas regional, como se o estado, por si só, fosse capaz de con-
duzir o progresso regional.
• BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento

• CAF – Banco de Desenvolvimento da América Lati- A história política latino-americana e as tentativas de se-
na e Caribe dimentar uma efetiva integração econômico-comercial
na região, não obstante algumas boas intenções nas áreas
• Celac – Comunidade dos Estados Latino-America- governamentais e empresariais, a verborragia o cial até
nos e Caribenhos agora não surtiu resultados animadores de crescimento

• Cepal – Comissão Econômica para a América Latina econômico e bem-estar social num ambiente mundial
de acirrada competitividade.
• Intal – Instituto para a Integração da América Latina
(ligado ao BID) Provavelmente, os dirigentes latino-americanos em geral
nunca tomaram conhecimento do economista francês
• Irslac – Integração Regional para Avançar a Sobera- Claude Fréderic Bastiat , que ocupa um lugar de destaque
1
nia Latino-americana e Caribenha. na literatura econômica universal. Sua obra completa se
• Unasul – União das Nações Sul-Americanas compõe de sete volumes, calcados no princípio basilar da
sua visão de mundo: “A Lei deve proteger o indivíduo, a
• Ursal – União das Repúblicas Socialistas das Américas liberdade e a propriedade privada”. Baseado nesse dogma,
Bastiat analisa o funcionamento do estado, como “uma
2 – Acordos Comerciais Regionais grande cção pela qual todos se esforçam para viver às
custas dos demais”. Para ele, protecionismo, intervencio-
• Aladi – Associação Latino-Americana de Integração nismo e socialismo são as três forças de perversão da lei.
• Alalc – Associação Latino-Americana de Livre Co-
mércio (extinta) Infelizmente, a efetiva integração regional parece estar
empacada numa série de contradições muito bem aborda-
• AP – Aliança do Pací co das no livro Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano,
2
editado no Brasil no ano 2000, mas ainda atualizado nas
• Caricom – Mercado Comum e Comunidade do tradicionais baboseiras regionais. O livro aborda, basica-
Caribe
mente, o conceito propagado pelos políticos de plantão
• Gran – Grupo Andino de Nações (extinto) segundo o qual, sem a marcante presença estatal, os países
latino-americanos não conseguem progredir satisfatoria-
• MCCA – Mercado Comum Centro-Americano mente. Tal conceito costuma ser politicamente mais ex-
plorado nos períodos eleitorais, independentemente dos
• Mercosul – Mercado Comum do Sul
níveis culturais existentes em cada país.
3 – Foros Político-Institucionais Na verdade, os governantes latino-americanos, em sua

• Foro de São Paulo maioria, ainda não se deram conta de que a integração
não se faz entre governos a ns, mas mediante a conver-
• Foro para o Progresso e Integração da América do gência de interesses econômicos entre as respectivas em-
Sul (Prosul) presas do setor privado, o seguimento que mais investe
• O Consenso de Brasília recursos, cria empregos, inova tecnologias e promove a
sustentação da economia regional.
”
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1 BASTIAT, Claude Frédéric. A Lei. Instituto Ludwig von Mises, 2017.
2 MENDOZA, P. L., MONTANER, C.A., LLOSA, A. V. 1997. Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano. Editora Bertrand Brasil. 11. ed., 1997.

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