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Empresas
O JURÍDICO COMO FORÇA DE travessia em um processo seguro e sustentável.
EXPANSÃO Vale lembrar: quem não explora o mundo, torna-se re-
fém de suas fronteiras. E ajudar empresas a cruzarem es-
A internacionalização de startups born global com jei- sas fronteiras com responsabilidade e solidez é, também,
tinho brasileiro não é um privilégio reservado a grandes uma missão jurídica.
corporações. Trata-se de uma estratégia viável e muitas
vezes, necessária para negócios que desejam crescer com
inteligência, conquistar novos mercados e se posicionar de
forma competitiva em um mundo que já nasce conectado.
Ao longo de cada etapa da jornada, desde o diagnóstico
interno até a consolidação no mercado internacional, a
presença da área jurídica se mostra indispensável. O pa-
pel do advogado vai além da correção de problemas. Ele
se posiciona como agente de construção, articulador de
soluções e guardião da integridade da operação global.
Para os pro ssionais do Direito, este é um momento de
grandes oportunidades. Startups, fundos de investimen-
to, aceleradoras e programas de incentivo à exportação
buscam especialistas capazes de aliar conhecimento
técnico, sensibilidade cultural, uência internacional e
visão estratégica. A capacidade de transitar entre legisla-
ções, interpretar contratos complexos e proteger ativos
intangíveis transforma o advogado em um protagonista
discreto, porém, decisivo da expansão global.
É hora de investir na capacitação e incentivar a formação
de mais advogados com per l internacionalista. Uma es-
tratégia e caz é estabelecer parcerias locais com pro s-
sionais de referência em cada país onde os clientes dese-
jam atuar. Ter aliados jurídicos con áveis em diferentes
jurisdições permite oferecer um serviço mais completo,
antecipar exigências especí cas de cada sistema legal e
agir com agilidade em processos de negociação, registro
ou litígio. Esses parceiros fortalecem a atuação do advo-
gado brasileiro e agregam valor à jornada internacional
da empresa assessorada.
Além disso, é fundamental que programas de apoio à in-
ternacionalização, especialmente voltados às startups e à
exportação de serviços, incluam palestras e capacitações
sobre contratos internacionais. Esse conteúdo contribui
para que empreendedores compreendam os riscos en-
volvidos e valorizem as soluções jurídicas como parte es-
sencial da tomada de decisão em contextos de incerteza.
Num cenário em que fronteiras físicas perdem força
diante da mobilidade digital e das conexões globais, in-
ternacionalizar-se deixa de ser apenas um movimento
de crescimento. É um exercício de adaptação, inovação
e presença consciente. E o jurídico, quando atua com
profundidade, preparo e visão ampla, transforma essa
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