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Ambiente de Negócios Internacionais


              doadores, simpli cando a identi cação de necessi-   (i) o papel dos planos nacionais de transição; e (ii)
              dades e oportunidades de conhecimentos e  nan-      uma agenda renovada para a mobilização de  uxos
              ciamentos. Isso reduz o tempo e os recursos neces-   nanceiros para o combate à mudança do clima.
              sários para identi car e envolver os parceiros apro-  Para enfrentar este desa o, será crucial contar com
              priados. Uma “cesta de políticas” composta por      recursos  nanceiros adequados, tempestivos e aces-
              políticas públicas rigorosamente avaliadas garante   síveis. É fundamental promover um aumento sem
              que os investimentos dos doadores sejam direcio-    precedentes nos investimentos para atender às de-
              nados para iniciativas econômicas e de alto impac-  mandas de transição, especialmente nos países em
              to. O envolvimento de um prestigioso Conselho       desenvolvimento. Essa transição requer uma sig-
              de Campeões aumenta ainda mais a con ança e         ni cativa reformulação do sistema  nanceiro e de
              reduz o risco percebido. Ao favorecer a agregação   suas estruturas e processos. É essencial mobilizar
              de recursos e conhecimentos, a Aliança possibili-   governos, bancos centrais, reguladores  nanceiros,
              ta um maior impacto e e ciência do que esforços     bancos comerciais e de desenvolvimento, institui-
              individuais e fragmentados. Isso permite a imple-   ções  nanceiras internacionais, investidores insti-
              mentação de estratégias abrangentes e multisseto-   tucionais e outros agentes  nanceiros.
              riais que abordam a fome e a pobreza, ao mesmo
              tempo em que abre caminho para a superação das  (iii) Iniciativa sobre Bioeconomia: foi adotada lista de
              desigualdades intergeracionais. A Aliança facilita o   dez “Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia”,
               nanciamento direto de doadores para bene ciá-      contendo princípios voluntários e não-vinculati-
              rios, mas também possibilita a mobilização inter-   vos sobre bioeconomia. Trata-se do primeiro do-
              na e modalidades de  nanciamento diversi cadas,     cumento multilateral abordando especi camente
              incluindo co nanciamento e  nanciamento misto,      a bioeconomia. Os princípios estão redigidos de
              atraindo um leque mais vasto de doadores e adap-    forma concisa e objetiva e, ainda que não ofereçam
              tando soluções a necessidades especí cas. A Alian-  uma de nição fechada da bioeconomia, estabele-
              ça também proporcionará impulso político ao pro-    cem conceitos que deverão pautar futuras discus-
              mover e aproveitar eventos de alto nível no G20     sões sobre este paradigma econômico, o que per-
              e na ONU, oferecendo oportunidades regulares        mitiu a adoção do primeiro documento multilate-
              para os países e organizações participantes renova-  ral sobre o tema. A bioeconomia pode contribuir
              rem e reforçarem seus compromissos e ambições, e    para a conservação de ecossistemas, protegendo e
              além de avaliar os progressos alcançados.           valorando, ao mesmo tempo, o conhecimento e a
                                                                  cultura de povos indígenas e comunidades tradi-
          (ii)  Força-Tarefa para a Mobilização Global contra     cionais. O debate foi estruturado em três eixos te-
              a Mudança do Clima: lançada com o objetivo re-      máticos: (a) pesquisa, desenvolvimento e inovação
              forçar a resposta coordenada do G20 à mudança       para a bioeconomia; (b) uso sustentável da biodi-
              do clima, a força tarefa baseou-se em dois eixos:   versidade para a bioeconomia; e (c) a bioeconomia
                                                                  como facilitadora do desenvolvimento sustentável.
         “                                                    (iv)  Chamado à Ação sobre Reforma da Governança

                                                                  Global: o Brasil convocou em 25 de setembro, em
                     Muitas das organizações
                                                                  G20 na sede da ONU. Pela primeira vez em sua his-
                  internacionais existentes foram                 Nova York, uma reunião histórica de chanceleres do
               criadas na década de 1940 e re etem                tória, o G20 realizou uma reunião ministerial den-
                                                                  tro da Sede das Nações Unidas, com a participação
                uma realidade global que não existe               de todos os Estados-membros da ONU. Na ocasião,
               mais. Há uma percepção crescente de                foi aprovado o “Chamado à Ação sobre Reforma da
               que as Nações Unidas, as Instituições              Governança Global”, documento subscrito por to-
                                                                  dos os membros do G20 e cerca de 40 outros paí-
                de Bretton Woods e a Organização                  ses,  cujo  objetivo  é  reforçar  o  debate  em  torno  do
                 Mundial do Comércio precisam                     revigoramento  do  multilateralismo  e  da  reforma
                     urgentemente de reforma                      das principais organizações internacionais. Muitas
                                                                                   internacionais
                                                                                                 existentes
                                                                                                          foram
                                                                      organizações
                                                                  das
                                                        ”         criadas na década de 1940 e re etem uma realidade
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