Page 26 - RBCE 161
P. 26
Ambiente de Negócios Internacionais
doadores, simpli cando a identi cação de necessi- (i) o papel dos planos nacionais de transição; e (ii)
dades e oportunidades de conhecimentos e nan- uma agenda renovada para a mobilização de uxos
ciamentos. Isso reduz o tempo e os recursos neces- nanceiros para o combate à mudança do clima.
sários para identi car e envolver os parceiros apro- Para enfrentar este desa o, será crucial contar com
priados. Uma “cesta de políticas” composta por recursos nanceiros adequados, tempestivos e aces-
políticas públicas rigorosamente avaliadas garante síveis. É fundamental promover um aumento sem
que os investimentos dos doadores sejam direcio- precedentes nos investimentos para atender às de-
nados para iniciativas econômicas e de alto impac- mandas de transição, especialmente nos países em
to. O envolvimento de um prestigioso Conselho desenvolvimento. Essa transição requer uma sig-
de Campeões aumenta ainda mais a con ança e ni cativa reformulação do sistema nanceiro e de
reduz o risco percebido. Ao favorecer a agregação suas estruturas e processos. É essencial mobilizar
de recursos e conhecimentos, a Aliança possibili- governos, bancos centrais, reguladores nanceiros,
ta um maior impacto e e ciência do que esforços bancos comerciais e de desenvolvimento, institui-
individuais e fragmentados. Isso permite a imple- ções nanceiras internacionais, investidores insti-
mentação de estratégias abrangentes e multisseto- tucionais e outros agentes nanceiros.
riais que abordam a fome e a pobreza, ao mesmo
tempo em que abre caminho para a superação das (iii) Iniciativa sobre Bioeconomia: foi adotada lista de
desigualdades intergeracionais. A Aliança facilita o dez “Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia”,
nanciamento direto de doadores para bene ciá- contendo princípios voluntários e não-vinculati-
rios, mas também possibilita a mobilização inter- vos sobre bioeconomia. Trata-se do primeiro do-
na e modalidades de nanciamento diversi cadas, cumento multilateral abordando especi camente
incluindo co nanciamento e nanciamento misto, a bioeconomia. Os princípios estão redigidos de
atraindo um leque mais vasto de doadores e adap- forma concisa e objetiva e, ainda que não ofereçam
tando soluções a necessidades especí cas. A Alian- uma de nição fechada da bioeconomia, estabele-
ça também proporcionará impulso político ao pro- cem conceitos que deverão pautar futuras discus-
mover e aproveitar eventos de alto nível no G20 sões sobre este paradigma econômico, o que per-
e na ONU, oferecendo oportunidades regulares mitiu a adoção do primeiro documento multilate-
para os países e organizações participantes renova- ral sobre o tema. A bioeconomia pode contribuir
rem e reforçarem seus compromissos e ambições, e para a conservação de ecossistemas, protegendo e
além de avaliar os progressos alcançados. valorando, ao mesmo tempo, o conhecimento e a
cultura de povos indígenas e comunidades tradi-
(ii) Força-Tarefa para a Mobilização Global contra cionais. O debate foi estruturado em três eixos te-
a Mudança do Clima: lançada com o objetivo re- máticos: (a) pesquisa, desenvolvimento e inovação
forçar a resposta coordenada do G20 à mudança para a bioeconomia; (b) uso sustentável da biodi-
do clima, a força tarefa baseou-se em dois eixos: versidade para a bioeconomia; e (c) a bioeconomia
como facilitadora do desenvolvimento sustentável.
“ (iv) Chamado à Ação sobre Reforma da Governança
Global: o Brasil convocou em 25 de setembro, em
Muitas das organizações
G20 na sede da ONU. Pela primeira vez em sua his-
internacionais existentes foram Nova York, uma reunião histórica de chanceleres do
criadas na década de 1940 e re etem tória, o G20 realizou uma reunião ministerial den-
tro da Sede das Nações Unidas, com a participação
uma realidade global que não existe de todos os Estados-membros da ONU. Na ocasião,
mais. Há uma percepção crescente de foi aprovado o “Chamado à Ação sobre Reforma da
que as Nações Unidas, as Instituições Governança Global”, documento subscrito por to-
dos os membros do G20 e cerca de 40 outros paí-
de Bretton Woods e a Organização ses, cujo objetivo é reforçar o debate em torno do
Mundial do Comércio precisam revigoramento do multilateralismo e da reforma
urgentemente de reforma das principais organizações internacionais. Muitas
internacionais
existentes
foram
organizações
das
” criadas na década de 1940 e re etem uma realidade
22 Nº 161 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2024