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Política Industrial

restrições à mobilidade internacional de mão de obra, nais, de fato os portadores de tecnologia, são impedi-
fruto de uma legislação protecionista e desatualizada. dos ou desestimulados de participar da vida produtiva
Em meados dos anos 2000, a participação de emprega- do país, inclusive como empreendedores e criadores de
dos estrangeiros nos Estados Unidos era 44 vezes maior novas empresas.
que no Brasil, 14 vezes no caso do Reino Unido, seis ve-
zes na Coreia do Sul, e cinco vezes no Chile (Tabela 4). Nesta perspectiva, a competitividade das empresas no
país é afetada pelas restrições de acesso não somente a
Na realidade, o Brasil é um dos países com menor esto- mercados como aos fatores de produção. A essas restri-
que de imigrantes na população total, inferior à média ções se juntam os elevados custos de transação para se
dos países de renda média e latino-americanos (Tabela operar no país. De fato, muito do esforço de se empre-
5). Se há relativamente poucos imigrantes na popula- ender no país se dissipa por conta da teia de diiculda-
ção e poucos trabalhadores estrangeiros no emprego des que se transmutam em perdas – de tempo e outros
total, ainda mais preocupante é o número muito limi- recursos – captados nos indicadores do Doing Business
tado de proissionais estrangeiros em caráter perma- (Tabela 6). Esta longa lista relete muitos (mas não to-
nentes. Nesse sentido o país está se impondo barreiras dos) dos obstáculos enfrentados pelas empresas brasilei-
4
que diicultam a transmissão do conhecimento na me- ras. O ranking do país denota, em última instância, uma
dida em que técnicos, engenheiros e outros proissio- falha maciça do Estado, nas regras e nos processos que

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TABELA 3
ÍNDICE DE CORRENTE DE COMÉRCIO (EXPORTAÇÃO + IMPORTAÇÃO)/PIB

Ranking País Média 2009-2015 (Em % do PIB)
1 Myanmar 22
2 Brasil 24
5 Argentina 31

8 Colômbia 37
17 China 46
21 Rússia 49
24 Peru 50
25 Índia 50
43 África do Sul 60

52 Chile 67
81 Alemanha 82
160 Cingapura 360
161 Hong Kong 429
Fonte:Banco Mundial. Elaboração própria. Obs.: Consideramos apenas países com dados para todos os anos em questão.

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4 Em 2014, de acordo com o Ministério do Trabalho, cerca de 1.800 executivos e menos do que 100 pesquisadores. De 44,2 mil autorizações, incluindo
marítimos, desportistas, artistas e temporários, somente 15% prestavam assistência técnica.

30 Nº 131 - Abril/Maio/Junho de 2017