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RBCE - A revista da
Central do Brasil, e de um jovem e brilhante economista
e professor da UNICAMP, Pedro Rossi.
Com a ajuda deles passei a acompanhar diariamente
com maior atenção os movimentos cambiais nos três
segmentos que compõem o mercado de câmbio, e que
interagem entre si: (i) o mercado à vista, que reúne to-
das as transações de compra e venda de moeda estran-
geira para liquidação de remessas entre importadores,
exportadores, investidores, turistas, entre outras, (ii) o
mercado interbancário, que reúne as transações cam-
biais entre instituições nanceiras, e (iii) o mercado
futuro, o mais complexo destes ambientes, pois envolve
inúmeras transações cambiais entre compradores e ven-
dedores de moeda estrangeira para entrega futura, atra-
vés de contratos de prazos e modalidades variados, que
se denominam derivativos.
Logo percebi que a anomalia estava no vertiginoso cres-
cimento na posição vendida dos Bancos de dólares no
mercado futuro de câmbio, operado pela B3 (antiga
BM&F). Eram bilhões de dólares vendidos por dia em
troca de Reais, em contratos para entrega das moedas
primeira fase do Plano Real. Foi quando em meados de no prazo de 30, 60, 90 dias. O grá co abaixo fala por si
2010, amargurado e irrequieto com as reclamações de só. Após ter atingido a taxa de R$2,40 /dólar em Abril
tantos empresários brasileiros, resolvi aprofundar ainda de 2009, em inicio de 2010 já estava abaixo de R$1,80 /
mais meu conhecimento sobre a formação da taxa de dólar, ou seja, uma expressiva queda de 25% em menos
câmbio na economia brasileira. Através da FIESP con- de um ano. Estava perceptível a correlação positiva entre
tratamos a assessoria de dois experts em política cambial: a forte valorização da moeda brasileira simultaneamente
Emilio Garófalo, ex Diretor da Área Externa do Banco a um forte aumento da posição vendida dos bancos.
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Nº 157 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2023 27