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RBCE - A revista da
positivas de expansão, pressionando a cadeia de supri-
mentos e entrega dos grandes players dos marketplaces.
Neste contexto, é relevante aprender a usar o digital tra-
de, fazer vendas e marketing internacional em uma era
de mídia social e digitalização dos negócios.
Para entrar de nitivamente no mundo do digital trade
internacional, as empresas que oferecem bens de con-
sumo nal devem ter uma plataforma de e-commerce
bilíngue e contratos de prestação de serviços com os
Correios ou couriers. É hora de empreendedores e ges-
tores de empresas no Brasil começarem a usar o digital
trade para internacionalizar seus negócios. Bancos pú-
blicos e agências de promoção às exportações devem in-
centivar o nanciamento das exportações de pequenos
valores, disponibilizando cartões de crédito e soluções
de pagamento.
Além disso, é fundamental que os atores empresariais e
públicos que lidam com a economia e a indústria criati-
va incentivem a criação de agências de vendas e marke-
ting digital focadas no mercado internacional. Essa ino-
vação deve ser difundida e adaptada entre os atores do
lizados de reparos de peças. Clientes alemães, chineses comércio exterior brasileiro que desejam vender e fazer
e franceses estão enviando mercadorias para reparo no marketing internacional em um contexto de digitaliza-
Rio de Janeiro, algo inédito no passado. Esse cresci- ção dos negócios.
mento orgânico aumentará a orientação externa desses
players, a especialização produtiva regional e o volume A crise do mundo multipolar é uma oportunidade, como
de receita de exportação. diz o ideograma chinês. É hora de identi car empreen-
dedores e empresas brasileiras que possam descobrir
No entanto, informações qualitativas indicam a exportação oportunidades no comércio internacional. A história
de serviços médicos por hospitais de ponta em São Paulo e do comércio exterior no Brasil mostra que, com incen-
Rio de Janeiro, além de um crescente a uxo de turistas es- tivos apropriados, os exportadores obterão pedidos. No
trangeiros, elevando as receitas de turismo receptivo. entanto, para produzir e embarcar mercadorias, nossos
exportadores precisarão nanciar o ciclo de produção
Em resumo, no Brasil, estamos testemunhando o início de ao seus compradores, e às vezes a ambos.
um processo de introdução de uma nova variedade de bens
e serviços na pauta de exportações, combinando expertises
de grandes empresas e microempresas. Esse processo pode
ser potencializado por parcerias público-privadas, promo-
vendo ganhos de comércio e inovações em curso.
A inserção de micro e pequenas empresas brasileiras no “
mercado internacional tornou-se uma realidade tangível Precisamos adotar tecnologias
através do digital trade. Hoje, no Brasil, existem plata- verdes, inteligência arti cial,
formas privadas de comercialização de bens e serviços blockchain, realidade virtual e
associadas a ntechs, oferecendo soluções de e-commer-
ce para quase todos os países da América Latina. Essas machine learning para transformar
soluções, inexistentes antes da Covid, agora incentivam digitalmente nossas fábricas,
o comércio digital. cadeias de suprimentos, sistemas de
O comércio nacional e internacional de pequenos pa- pagamento e trade nance
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cotes, que atende ao consumidor nal, apresenta taxas
Nº 161 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2024