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Internacionalização de Empresas










             Internacionalização das empresas brasileiras no


             mundo multipolar














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                                                                         é presidente da Funcex

              Antonio Carlos
               da Silveira
                Pinheiro
          No futuro, os analistas irão considerar o segundo semestre de 2024 como um momento de escolhas importantes
          e oportunas para o Brasil, diante das transformações globais e locais. Atualmente, o mundo enfrenta incertezas
          geopolíticas, in uenciando as decisões em instituições multilaterais, regionais, governos nacionais e executivos de
          negócios internacionais.

          Escolhas tecnológicas e organizacionais são necessárias para promover uma transição energética justa e sustentável.
          Precisamos adotar tecnologias verdes, inteligência arti cial, blockchain, realidade virtual e machine learning para
          transformar digitalmente nossas fábricas, cadeias de suprimentos, sistemas de pagamento e trade  nance. Indústrias
          intensivas em recursos naturais devem se transformar em fábricas inteligentes e sustentáveis.
          As empresas que atuam nas cadeias globais de valor devem decidir entre nearshoring,  iendly shoring e o shoring, ou
          uma combinação dessas estratégias, para mobilizar recursos  nanceiros internos e externos. Essas escolhas são essen-
          ciais para que as empresas passem pela transição energética, digital e de inovação, visando ganhos de produtividade,
          lucratividade e competitividade.

          O aprofundamento dessas estratégias na economia brasileira dependerá da participação do país em “clubes econô-
          micos” como G20, G7, BRICS, OCDE, OMC, FMI, BIS (Banco de Compensação Internacionais), BID, Banco
          Mundial, NDB, e em acordos comerciais como o da UE, BRICS Plus, Mercosul, Aladi, e com países de língua
          portuguesa membros da CPLP.

          Para as empresas brasileiras que operam no comércio exterior, o ambiente de negócios internacional é caracterizado como
          volátil, incerto, complexo e ambíguo. Apesar de sermos um global trader com apenas 1% do mercado internacional, pode-
          mos e devemos agir agora para internacionalizar os negócios das empresas brasileiras em um mundo multipolar.

          Há sinais de que podemos continuar a nos bene ciar do crescimento econômico, inclusão social, progressividade
          tributária e maior inserção internacional via internacionalização de empresas. No Brasil, inovações criativas em pro-
          cessos e produtos, indústria 4.0, servitização e transição energética – estão transformando gradualmente a estrutura
          e composição da produção e das exportações.

          Esses ganhos ocorrem de forma gradual e segura. Na área de serviços e bens intensivos em tecnologia, novos pedidos
          internacionais estão sendo recebidos, tanto para fabricação de aviões e helicópteros quanto para serviços especia-

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