Page 52 - RBCE 160

Logística

Inovações e E ciência de Custos na

Logística de Exportação de Algodão

no Brasil: Desa os e Oportunidades

Natália de Araújo
Saconi

O Brasil se transformou no maior exportador mundial de algodão. A produção para exportação está espalhada por
quase todas as regiões geográ cas do país. Para continuar a ter hoje e no futuro a atual posição de liderança como o
maior exportador em volume e em qualidade do produto é preciso garantir e ciência logística para manter a com-
petitividade no mercado global. Junto com o aumento da produção embarcada e vendida para o exterior, a logística
de exportação de algodão no Brasil está passando por uma série de transformações, impulsionada por inovações
tecnológicas e, agora, por uma demanda crescente por práticas sustentáveis.
Sem dúvida, já estamos assistindo a implementação de tecnologias avançadas de rastreamento e monitoramento
para melhorar a e ciência da logística no setor de algodão. No Brasil, já se observa o uso de plataformas que inte-
gram Internet das Coisas (IoT), inteligência arti cial (IA) num sistema cyber físico onde o humano [gestor(a) ou
operador(a)] interage com a máquina (computador) que permite monitorar a cadeia de suprimentos em tempo real,
desde a colheita do algodão até a chegada do produto aos portos de exportação. Essa inovação aumenta a produtivi-
dade do trabalhador e do gestor – sem que haja perda de emprego de ambos – pois ajuda a controlar a variabilidade
da cadência diária da movimentação de fardos e de contêineres ao longo da cadeia logística, evitando a ocorrência
do surgimento de atrasos ou excesso de estoques de produtos em armazéns. Isso evita que surjam gargalos de trans-
portes e logística, e elimina o surgimento de pontos ou problemas críticos na cadeia de suprimento. Por sua vez,
isso gera uma gestão proativa e e ciente da cadeia de suprimentos, aonde impera a produtividade e a lucratividade.

Além disso, o uso da IA está começando a ser utilizada na cadeia de suprimentos do algodão para prever atrasos no
transporte, otimizar rotas e até mesmo sugerir ajustes em processos operacionais para reduzir desperdícios. Vale ain-
da lembrar que o uso de sensores conectados à IoT nos contêineres monitora variáveis críticas, como temperatura,

............................................................................
Natália de Araújo Saconi é Consultora em Comércio Internacional, possui mais de 12 anos de experiência na área, com foco em exportação. Atuou em
indústria de máquinas agrícolas e em agenciamento de cargas, sendo especialista em commodities agrícolas, principalmente algodão. Ao longo de sua carreira,
gerenciou carteiras de clientes estratégicos, sendo responsável por atividades como análise de mercado, prospecção, preci cação, negociação e pós-venda. Além
disso, Natália desenvolveu novos negócios e planejou operações logísticas internacionais, coordenando modais marítimo, aéreo, rodoviário e ferroviário em
mais de 80 países. É Top Voice em Gestão Logística no LinkedIn. Bacharelada em Comércio Exterior pela Universidade de Sorocaba (UNISO), com MBA
em Gestão de Negócios pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-graduação em Comunicação e Marketing pela Universidade Cidade de São Paulo (UNI-
CID). Adicionalmente possui Licenciatura em Pedagogia (UNICID) e Pós-graduações em Psicopedagogia e Educação Inclusiva (FALC). Suas experiências
pro ssionais internacionais incluem visitas a importantes cidades portuárias na Europa, fortalecendo sua expertise no comércio exterior global.

48 Nº 160 - Julho, Agosto e Setembro de 2024