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Marca Brasil








             Música no Museu, um elo na divulgação


             internacional do Brasil















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                                                                 é criador e diretor de Música no Museu; presidente do
                                                                Conselho de Cultura da Associação Comercial do Rio de
              Sergio da Costa                                     Janeiro e membro do Conselho Superior da Funcex
                e Silva




          Criei em 1997 e dirijo há quase 27 anos o Música no Museu, hoje patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro –
          uma série de concertos gratuitos de música em museus, centros culturais, igrejas, palácios e bibliotecas.
          Ao se falar em concertos de música, normalmente se pensa em plateias diferenciadas e teatros imponentes, dedica-
          dos a esse tipo de evento. Assim também costumava ser a ideia predominante no Brasil a respeito de museus: espaços
          culturalmente importantes, frequentados por uma minoria da população.
          Música e museus eram vistos como instituições com atividades e objetivos completamente distintos entre si. Porém,
          alguns museus de maior expressão no mundo – como Metropolitan, MoMA e Guggenhein (Nova Iorque), Louvre,
          Picasso e Montmartre (Paris), Gulbenkian (Lisboa), Prado (Madrid) e vários outros – dedicam amplos espaços à
          música a partir de suas atividades principais, com recitais abertos ao público.

          Assim surgiu a ideia de um projeto cultural no Brasil, o Música no Museu, que iniciou a sua trajetória em 1997, tor-
          nando-se presença marcante na vida cultural brasileira, ao longo de mais de 26 anos de programação ininterrupta,
          com centenas de concertos anuais em todo o país, que tiveram repercussão internacional e passaram a acontecer
          também em outros países, de todos os continentes.

          Embora a inspiração tenha vindo do exterior, Música no Museu passou a trilhar aqui um caminho próprio, de plura-
          lidade e diversidade, elementos característicos da própria formação da cultura brasileira. Essa tendência se manifes-
          tou desde o início, com a integração da música às artes plásticas e ao próprio cenário arquitetônico de cada museu,
          de cada centro cultural, muitos deles construídos nos séculos XVIII e XIX, ou no início do século XX, e que, em
          sua grande maioria, retratam etapas e épocas da história do Brasil.

          Outra característica importante do projeto brasileiro de levar a música aos museus tem sido a diversi cação dos
          gêneros musicais, apresentando não só a música clássica como também a popular. A programação sempre busca
          privilegiar a música de boa qualidade, sem distinção de procedência, escola ou época. A obra de grandes composi-
          tores, da música medieval aos clássicos, dos românticos aos modernos. De Bach, Beethoven, Mozart e Debussy, a
          Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. De Pixinguinha e Gershwin, a Astor Piazzolla. Sempre com
          a interpretação dos melhores artistas nacionais e internacionais, inclusive os jovens talentos da música clássica.

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