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RBCE - A revista da





                                                              Em segundo lugar, a queda dos preços das commodities −
                                                              especialmente do petróleo − transferiu renda dos expor-
                                                              tadores de commodities para os importadores. Contudo,
                                                              no seu conjunto, apenas contribuiu moderadamente para
                                                              a redução dos desequilíbrios.

                                                              Terceiro, as perspectivas de normalização da política
                                                              monetária nos EUA, bem como os temores sobre a su-
                                                              avidade do reequilíbrio da China, contribuíram para a
                                                              desaceleração das entradas de capital e das pressões de
                                                              depreciação nos mercados emergentes (Canuto, 2016a).

                                                              No conjunto, maiores déicits dos EUA e superávits au-
                                                              mentados no Japão, na Zona do Euro como um todo e
                                                              na China mais do que compensaram a queda nos supe-
                                                              rávits nos exportadores de petróleo, os menores déicits
                                                              nos mercados emergentes deicitários e sua redução nos
                                                              países devedores da Zona do Euro. Assim, os desequi-
                                                              líbrios globais em conta-corrente aumentaram no ano
                                                              passado, ainda que “moderadamente”.

          projetados para as políticas monetárias e à apreciação do  Uma imagem de desequilíbrios globais mais elevados
          dólar e da libra esterlina (pré-Brexit). Os déicits dos EUA  emerge, no entanto, caso se focalize nos excedentes
          e do Reino Unido se ampliaram, enquanto os superávits  crescentes de dois grupos de economias sistemicamente
          aumentaram no Japão e no conjunto de países devedores e  relevantes. O Gráico 2 mostra como na Zona do Euro
          credores da Zona do Euro (Gráico 2).                os déicits nos países devedores encolheram em para-

                                        ............................................................................

         GRÁFICO  1
         DESEQUILÍBRIOS EM CONTA-CORRENTE (2001-2015)
         (EM % DO PIB MUNDIAL)


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                                                                            EUA             Emergentes
                                                                                            deficitários
             2                                                              Outros          China
                                                                            deficitários
                                                                             Japão          Outros Superavitários
             1
                                                                            Discrepância    Economias avançadas
                                                                                            exportadoras
             0                                                              Grã-Bretanha    de commodities

                                                                            Leste da Ásia   Alemanha/
            -1                                                              (outros)        Holanda

                                                                            Avançados       Exportadores
            -2                                                              Superavitários  de petróleo


            -3
               2001    2003   2005   2007   2009   2011   2013   2015

         Fonte: IMF (2016a).

          Nº  129 -  Outubro/Novembro/Dezembro de 2016                                                     29
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