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RBCE - A revista da
TABELA 5
COEFICIENTE DE EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS, SETORES DE MÉDIA-BAIXA E BAIXA INTENSIDADE
TECNOLÓGICA (PREÇOS CORRENTES, EM %)
Intensidade Setores 2003-2004 2010-2011 2015-2016*
tecnológica
Setores com coeicientes positivos
Baixa Madeira 51,0 16,3 28,9
Baixa Celulose e papel 18,3 16,8 25,9
Média-baixa Metalurgia 23,0 8,9 23,1
Baixa Couro e calçados 34,0 14,5 19,8
Setores com coeicientes próximos de zero
Média-baixa Minerais não metálicos 9,5 1,3 4,5
Baixa Produtos têxteis 9,8 -0,2 2,5
Média-baixa Produtos de metal 4,5 0,4 2,5
Baixa Móveis e produtos diversos 13,3 -0,8 -0,7
Média-baixa Produtos de borracha e de material plástico 0,5 -2,5 -3,1
Baixa Vestuário e acessórios 1,0 -5,8 -6,3
Setores com coeicientes negativos
Média-baixa Derivados do petróleo e biocombustíveis -14,8 -13,4 -14,0
Baixa Impressão e reprodução -20,0 -15,5 -22,1
Fonte: CNI e Funcex. Nota: *Valores de 2015 e 2016 são estimativas.
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para a produção e menor dependência de insumos in- das exportações na produção se reduziu. No setor de Ves-
dustriais importados, sendo intensivos em recursos na- tuário e acessórios, merece destaque a redução da receita
turais/trabalho. Durante o período considerado, eles com exportações: o coeiciente de exportação, a preços
também apresentaram a mudança estrutural comum à correntes, caiu de 7,5%, em 2003-2004, para 1,2% em
indústria como um todo (ou seja, aumento do custo com 2015-2016. Nos casos de Produtos têxteis, Minerais não-
insumos importados e queda da receita com exporta- metálicos e Produtos de metal, a receita com exportações
ções), mas seus coeicientes de exportações líquidas per- apresentou crescimento mais intenso no inal do período,
manecem positivos. Chama atenção o comportamento o que explica a recuperação do coeiciente de exportações
dos setores de Celulose e papel e Metalurgia, que, com líquidas (apesar de não retornar ao patamar de 2003).
a recuperação das exportações no im do período, seus
coeicientes de exportações líquidas alcançaram valores
superiores ao registrado em 2003. INSUMOS IMPORTADOS E
COMPETITIVIDADE
Um último grupo de setores – com coeicientes de expor-
tações líquidos próximos de zero no biênio 2015-2016 –
compreende os produtores de bens intermediários para A literatura econômica tem vários artigos que mostram
a indústria (Minerais não metálicos, Produtos de borra- o efeito positivo da maior utilização de insumos impor-
cha e material plástico e Produtos de Metal), setores de tados na competitividade. O acesso a bens intermediá-
média-baixa tecnologia, e os setores de Produtos têxteis rios no exterior beneicia as empresas pelo aumento da
e de Vestuário e acessórios, de baixa tecnologia. Durante variedade, pela redução de custos e pela aquisição de in-
a mudança estrutural, houve aumento da dependência de sumos de maior qualidade/mais avançados, o que afeta-
insumos industriais importados, enquanto a participação ria positivamente sua capacidade de competir.
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