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RBCE - A revista da
GRÁFICO 2
COEFICIENTE DE INSUMOS INDUSTRIAIS IMPORTADOS (PREÇOS CONSTANTES, EM %)
50
45,3
44,1 43,1
45 41,6
39,5
40 37,4
35,6
34,0
35 31,1
30 32,4
29,8
25
20
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015* 2016*
Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos
Farmoquímicos e farmacêuticos
Fonte: (CNI) e Funcex. Notas: *Valores de 2015 e 2016 são estimativas.
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A comparação entre os coeicientes médios dos biênios comparação com o biênio 2003-2004, os valores estima-
2003-2004 e 2010-2011 aponta um crescimento de 48% dos para 2015 e 2016 continuam, portanto, elevados,
no coeiciente de insumos industriais importados da in- em nível 36% superior na média.
dústria de transformação (Tabela 1). O percentual de
crescimento variou de 27%, no setor de Farmoquímicos Entre os setores que aumentaram o uso de insumos im-
e farmacêuticos, até 163% no setor de Vestuário e acessó- portados, apenas o setor de Equipamentos de informáti-
rios. Além desse último, outros setores com crescimento ca, produtos eletrônicos e ópticos mostra reversão quase
acima de 100% são: Madeira, Máquinas e equipamentos, que completa desse processo. A estimativa do coeicien-
Móveis e produtos diversos e Produtos de metal. te médio do biênio 2015-2016 desse setor é de 34,4%,
apenas 4% superior à média do biênio 2003-2004
Na média do biênio 2010-2011, os setores com os maio- (32,9%). Também chama atenção o setor de Farmoquí-
res coeicientes foram Equipamentos de informática, micos e farmacêuticos, cujo coeiciente manteve-se em
produtos eletrônicos e ópticos (43,9%); Farmoquími- crescimento, mesmo com a depreciação do real, como
cos e farmacêuticos (39,4%), Químicos (36%), Deriva- ilustrado pelo Gráico 2.
dos do petróleo e biocombustíveis (33,6%) e Metalurgia
(30,3%). Esses setores também possuíam os maiores co-
eicientes na média do biênio 2003-2004. FOCO NO MERCADO DOMÉSTICO
A reversão da tendência de apreciação da moeda bra-
sileira a partir do inal de 2011 não foi suiciente, pelo Em um movimento contrário ao coeiciente de insumos
menos até o presente, para alterar de forma signiicativa importados, o coeiciente de exportação caiu de 19,7%
a mudança observada na estrutura industrial, ou seja, a em 2005 (maior valor desde 2003), para 12,1% em
maior dependência no uso de insumos importados. 2014, ambos a preços de 2007. Há uma clara redução
da exposição externa pelo lado das exportações, apesar
As estimativas para 2015 e 2016 colocam o coeicien- do forte crescimento da demanda mundial. A economia
te de insumos industriais importados da indústria de mundial registrou taxas de crescimento cada vez maiores
transformação em 24,7% e 23,3%, respectivamente. Na do início do século até a crise inanceira de 2008/2009.
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4 Segundo estatísticas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de crescimento da economia mundial passou de 2,5% em 2001, para 5,4% em
2004 e chega a 5,6% em 2007 (IMF, 2017).
Nº 131 - Abril/Maio/Junho de 2017 43