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RBCE - A revista da
os investimentos em capital ixo continuam em queda.
Uma taxa de investimentos entre 16% e 17% do PIB
(Gráico 2) é insuiciente para cobrir a depreciação do
capital, e a produtividade total dos fatores move-se de
forma pró-cíclica com a taxa de investimentos. Com
isso, a contribuição de ambos – o estoque de capital e
a produtividade total dos fatores – é negativa, fazendo
com que o PIB potencial venha declinando, atingindo
no último trimestre uma taxa aproximada de -2% ao
ano. Para retomar o crescimento de 2% será preciso uma
forte elevação da taxa de investimentos.
O PAPEL DA POLÍTICA MONETÁRIA
Não há outro instrumento que possa induzir a recupera-
ção a não ser a política monetária. O único mandato do
Banco Central do Brasil (BCB) é a meta de inlação, mas
suas decisões são tomadas minimizando os custos espe-
O consumo das famílias deve prosseguir em queda, em ciicados por uma função de perdas, que é uma função
vista do aumento da taxa de desemprego e da contração quadrática (custos marginais crescentes): do desvio da
do crédito devido ao risco de inadimplência. Não há, inlação projetada em relação à meta; do desvio do PIB
também, diante do comportamento fraco do volume atual em relação ao PIB potencial. O sucesso do BCB
mundial de comércio, perspectivas de um crescimento em recolocar as expectativas de inlação em queda vem
mais intenso das exportações brasileiras. Finalmente, reduzindo o custo marginal da inlação fora da meta; e
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GRÁFICO 2
TAXAS DE INVESTIMENTO
23
22
21
% DO PIB 20
19
18
17
Séries dessazonalizadas
16
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
Preços Correntes Preços Constantes de 2000
Nº 129 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2016 13