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Editorial


















          (d) incentivar a apresentação de bons projetos de exportação para serem  nanciados pelo sistema público de  nan-
             ciamento e garantias às exportações (composto pelo BNDES, PROEX/BB e ABGF); e

          (e) incentivar a promoção e atração de investimentos externos para o país com vistas a aumentar a oferta doméstica
             de produtos e serviços, bem como orientar que parte dessa produção seja destinada para o exterior.


          Cabe lembrar que hoje a razão da existência de provisão de serviços de informação, inteligência e serviços de apoio
          à promoção comercial para empresas, em pleno século XXI, decorre do fato de que ainda há uma falha no mercado
          – de informações e inteligência sobre canais de venda e distribuição internacional – que merece ser corrigida.

          Em um contexto de maior difusão do digital trade, do e-commerce, de “trade show” e “corner shop” virtuais e em 3D,
          e de plataformas de comércio e pagamentos internacionais, de câmbio e trade  nance, esse apoio deve ser focado na
          base das empresas exportadoras oriundas da indústria, comércio e serviços – pois estamos observando uma “disrup-
          ção” singular nas formas de comercialização externa.

          Urge incentivar exposições virtuais mediante trade fair e “corner shop” virtuais quase permanentes de produtos e
          serviços brasileiros em mercados selecionados. Em pleno século XXI, apoiar a inserção das empresas brasileiras
          não exportadoras para se tornarem iniciantes nas vendas externas passa por disseminar a cultura exportadora e,
          sobretudo, aumentar a proporção das exportações no total das receitas das empresas brasileiras. Mas, para se obter
          esse resultado, é necessário formar uma nova geração de traders, que se relacione e se envolva com as empresas do
          setor industrial e de serviços para viabilizar maiores vendas externas de bens e serviços. Também é preciso que esses
          traders sejam estimulados a criarem empresas ino a simples especializadas em comercializar grupos especí cos de
          produtos e serviços em mercados selecionados.


          O conjunto de propostas de ação apresentado nos artigos ou neste editorial tem a característica de serem focadas em
          possibilidades e potencialidades de ganhos de comércio e inovação na exportação. As fontes de recursos econômicos
          e  nanceiros para a transformação em curso não violam qualquer  regime  scal a ser pensado e adotado no futuro
          para corrigir o atual curso de aparente descontrole de gastos públicos.

          É preciso apenas criar uma força tarefa para coordenar algumas áreas da União e dos Estados, junto com federações,
          associações e stakeholders privados, para formar uma parceria público privada (PPP) em prol de uma política de co-
          mércio exterior que expanda e diversi que a pauta de bens e serviços de exportação, para reduzir a vulnerabilidade
          externa “estrutural” e a fragilidade  nanceira internacional “implícita” da economia brasileira. Isso signi ca que há
          possibilidade de se obter ganhos de comércio para a sociedade brasileira nesse momento de transição de um mundo
          unipolar para um mundo multipolar.







          Mario Cordeiro de Carvalho Junior
          Editor da RBCE

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