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RBCE - A revista da



















          Esta questão poderá ser resolvida se houver, de fato, uma reforma tributária, onde os impostos incidentes sobre a
          renda (tanto das pessoas jurídicas quanto das pessoas físicas) permitam criar, de modo progressivo, justiça  scal sem
          que haja arti cialismo nas isenções tributárias, que só tornam a administração tributária mais burocrática.

          Por sua vez, dada a intricada legislação tributária, a autoridade tributária – principalmente a que  scaliza o contri-
          buinte no comércio exterior – só vê essa personalidade jurídica como um estruturador de operações de descaminho
          ou de preços de transferência, com requintes de planejamento tributário. Essa percepção não torna o ambiente de
          negócios no comércio exterior amigável e favorável à obtenção de ganhos de comércio. E, pior, afasta novos entrantes.

          Com o propósito de debater política comercial e ganhos de comércio num mundo multipolar, esta edição da RBCE
          abriu suas páginas azuis para que Roberto Medeiros Paula, Diretor Global Trade & Corporate Finance do Bradesco,
          expusesse a estratégia do banco em termos de câmbio, trade  nance e internacionalização das suas operações. A seguir,
          na seção comentário internacional, George Vidor analisa a escolha do MAM, no Rio de Janeiro, para sediar o G20. Por
          sua vez, Claudia Hausner descreve o potencial das novas rotas da seda sob a ótica marítima e terrestre, e, Zilda Mendes
          analisa o novo marco da política cambial sob a percepção do mercado e do posicionamento do Brasil frente aos centros
           nanceiros globais. Por sua vez, José Henrique Donisete Garcia de Campos, Paulo Cícero de Freitas Augusto Pereira e
          Fernanda Pastorelli, da HPMX, descrevem e mostram o uso do split payment no comércio exterior.

          Para ressaltar a importância dos traders nas atividades de comércio exterior no Brasil, Alfredo Cutait aponta o papel
          da BRCC e a importância das empresas comerciais exportadoras brasileiras e de seus traders num mundo multipo-
          lar. Alexander Von Erlea mostra o crescimento de aventureiros no mercado de exportação de commodities, e aponta
          desa os e oportunidades. Já Renato Pitta sugere ações para a formação de traders tanto para commodities, quanto
          para os demais bens e serviços.

          Com vistas a tratar das oportunidades abertas pelas novas regulações nacionais e internacionais no comércio exte-
          rior, de um lado, Fabianna Camacho analisa o papel da governança regulatória e da transparência no setor elétrico,
          e Abdul Temporario mostra como lidar com as regulações internacionais mediante um case de uma medteck brasi-
          leira de dispositivo médico de tecnologia assistiva, para estabelecer um modo de entrada e internacionalização no
          mercado do Reino Unido.

          Natalia Sacomi escreve sobre as inovações e a e ciência presentes na logística de exportação do algodão brasileiro, e Sér-
          gio Pereira traz detalhes sobre a demurrage, uma cobrança excessiva e onerosa para os operadores de comércio exterior.

          Todas essas contribuições apontam os fundamentos de uma politica de promoção comercial para obter ganhos de
          comércio nesse “novo” mundo multipolar, que deveria imprimir esforços para:

          (a) incentivar a diversi cação de produtos (e serviços) de todos os municípios, e dos estados para serem expostos e
             comercializados no máximo número de países;

          (b) incentivar o acesso de empresas não-exportadoras para ser tornarem exportadoras iniciantes e contínuas  nas
             vendas externas, aumentando assim a base exportadora brasileira;

          (c) incentivar a inserção de empresas, setores e atividades nas cadeias globais de valor;


          Nº  160 - Julho, Agosto e Setembro de 2024                                                          3
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