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RBCE - A revista da
ser um bom devOp é ponto crucial, porém muitos mento de dados a respeito do cliente. Isso porque somos
dos data scientists não conhecem ainda o mercado desa ados a entender os diversos fatores que podem afe-
e os produtos, e aqui abre-se uma grande oportuni- tar uma operação, desde riscos geográ cos, volume, cons-
dade para especialistas de câmbio migrarem para a tância, relacionamento entre as partes, comportamento
área de devOp se souberem o código e a linguagem X, tipo de negócio e até o bene ciário da operação.
de programação.
Somente sabendo identi car riscos é que podemos to-
Do exposto, a chave está em investir tempo na educação mar decisões mais assertivas e mitigar potenciais impac-
contínua para o desenvolvimento de suas habilidades. tos adversos. E o guia para avaliar os riscos é adotar Prin-
Encontre a abordagem que melhor se adapte a você e cípios de Proporcionalidade e Complexidade.
que melhor se alinhe aos seus objetivos de carreira no
emocionante mercado de câmbio. Dois princípios-chave que devem ser incorporados à
nova abordagem: a proporcionalidade e a complexidade
Mas, para entrar e atuar hoje no mercado de cambo é preciso da operação. Cada operação exige uma análise propor-
DESENVOLVER UMA NOVA MENTALIDADE. cional ao seu risco potencial, inclusive a classi cação da
Aqui, sigo à risca um conselho do amigo e mentor José operação para que esta seja dividida por corte de pro-
Carlos Passaretti “O modelo de negócios baseado em porcionalidade, tanto nas operações gerais, quanto nas
análise da fundamentação econômica do cliente/ope- de capital estrangeiro. Isso requer uma nova mentali-
ração deverá ser aperfeiçoado para um modelo baseado dade, tratamento diferenciado, e aqui o alerta é: Não
em avaliação de riscos considerando os princípios de podemos fazer tudo sem pedir nada até USD50.000,00
proporcionalidade e complexidade da operação, dentre (um dos cortes de proporcionalidade), mas evitar uma
outros elementos, que certamente irá exigir uma nova abordagem única para todas as situações.
abordagem de negócios.”
Além disso, a complexidade da operação deve ser con-
Os ventos da mudança estão moldando rapidamente siderada para determinar a profundidade da avaliação
nosso setor. Uma nova abordagem está emergindo como necessária. Assim, qual o caminho a seguir?
a chave para o sucesso: a avaliação de riscos. Nessa nova
jornada os pro ssionais do mercado de câmbio deverão O mercado de câmbio brasileiro está evoluindo, e o su-
aprimorar suas habilidades e adotar uma mentalidade cesso pro ssional depende da capacidade de adaptação
centrada na identi cação, avaliação de riscos e no prin- às inovações. No mercado de câmbio brasileiro as inova-
cípio da proporcionalidade. ções nanceiras ainda são poucas, talvez um pouco mais
dinâmicas nas corretoras e correspondentes bancários que
Até recentemente, nosso modelo de negócios se ba- nas Instituições nanceiras. Em parte isso é devido ao fato
seava na análise da fundamentação econômica a cada de que o novo marco legal só tem oito meses em vigor.
operação, ainda na mentalidade herdada no RMCCI e
na Circular 3691 do Bacen. No entanto, com a Lei n Mas, para o atual e para o futuro pro ssional é impe-
o
14.286 as coisas mudaram, e a abordagem tradicional rativo investir em cursos especializados para ampliação
não é mais su ciente para dar conta do dia a dia. É aqui de seu portfólio visando abordagem baseada em risco,
que a avaliação de riscos assume um papel crucial e traz noções amplas de compliance e um aprofundamento no
um desa o: o “curso anual obrigatório de compliance” novo marco em geral. Além de se aprofundar nos novos
não é su ciente para preparar o pro ssional de câmbio. modelos de negócios como EFX (jogos e apostas e crip-
Agora somos desa ados a ampliar o nosso repertório tos são apenas alguns exemplos).
de conhecimento, aprofundando noções de PLD/FTP.
Agora os “books de natureza” dão lugar à matriz de risco A transição para um modelo baseado em avaliação de
e à consulta ao sistema MARCA para decidir “qual do- riscos não é apenas uma necessidade, mas uma oportu-
cumento pedir”. nidade de crescimento. Ao combinarmos uma sólida
compreensão da fundamentação econômica com a
De fato, agora temos que saber identi car e avaliar riscos, mentalidade voltada para riscos, construiremos um
e esse é o novo Pilar do Novo Modelo. Hoje, estamos em alicerce robusto para enfrentar os desa os do mercado
um momento em que o KYC/onboarding deixa de ser de câmbio com con ança. Esses são os atuais que o fu-
papo de “time de cadastro”. Hoje, já deveríamos ter feito turo operador deve buscar como FUNDAMENTOS
atualizações no onboarding do cliente, o que pouco evo- PARA FORMAÇÃO TÉCNICA PARA O MER-
luiu de janeiro para cá. Logo, o momento pede um cruza- CADO DE CÂMBIO.
Nº 157 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2023 67