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Editorial
Desa os da Política de Comércio Exterior
O relatório nal do Gabinete de Transição da Presidência da República aponta que a missão do novo Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC) é “a inovação tecnológica, o aumento de produ-
tividade e competitividade, e a promoção de uma economia verde e limpa não apenas na indústria, mas também
no comércio e serviços”. Atualmente, no Brasil estamos em processo de aprofundamento da transformação digital
e da transição energética. De fato, a transformação digital abre possibilidades de conquistas e ganhos de maiores
parcelas do mercado internacional. O desa o dos empresários que atuam nas exportações é reduzir as incertezas
e os riscos em relação ao futuro dos negócios internacionais.
As empresas exportadoras brasileiras poderão obter ganhos se agilizarem seus processos de certi cações de confor-
midade, nos padrões de gestão de qualidade, como por exemplo o International Organization for Standardization
(ISO). uanto às normas voluntárias de sustentabilidade (NVS), a potencialização desse esforço sugere que o governo
federal desenvolva ações em prol de uma maior sustentabilidade focada nas 31 mil empresas exportadoras que são o
“Universo Exportador Brasileiro”.
Faz-se necessário incentivar as empresas exportadoras dos segmentos de indústria, comércio, serviços e agricultura
a conhecer a norma ISO Net Zero 2050 lançada recentemente na última Conferência das Partes (COP) – órgão
supremo da Convenção- uadro das Nações Unidas sobre mudança do clima, que traz orientações sobre a redução
da emissão de gases que provocam o efeito estufa.
Transformação digital, transição energética e os atuais desa os da política de comércio exterior são temas abor-
dados nesta edição da RBCE. Nas nossas páginas azuis, abrimos espaço ao presidente do Banco do Nordeste do
Brasil (BNB), Paulo Câmara, para expor os novos desa os e como atua o BNB para expandir a exportação na
região Nordeste, e atrair projetos que potencializem as vantagens comparativas na produção, armazenamento e
transporte de hidrogênio verde.
Estamos publicando com exclusividade o capítulo 2, Exportar ou Morrer, do livro Penúltimas Memórias, de Ro-
berto Giannetti da Fonseca, em que ele narra a gênese do Plano Especial de Exportação (PEE) e da constituição da
“nova” Camex no nal dos anos 1990.
A seguir, Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi),
mostra que apenas 2% das micro e pequenas empresas industriais do Brasil exportam seus produtos, enquanto 16%
importam, defendendo a busca pela igualdade de condições competitivas às empresas locais. Isso envolve investi-
mentos em tecnologia, inovação e práticas ambientais sustentáveis. Além disso, para o autor é crucial revisar as taxas
de juros, que são vitais para o desenvolvimento econômico do Brasil.
O tema tratado por Miguel Lins e Evan Sponagle no artigo Power-To-Floating Wind para hidrogênio verde de expor-
tação foi “dar segurança jurídica para formar um preço competitivo do hidrogênio verde é condição necessária para
se estruturar projetos de produção e exportação.” Isso é o que poderá atrair novos players privados para esse mercado.
Na nossa seção de comentário internacional, há o relato da parceria Huawei e Funcex para aprofundar a re exão do tema
“transformação digital”. Em evento conjunto foram abordados os seguintes assuntos: a) os esforços feitos pelo BNDES
para viabilizar uma infraestrutura 5G de telecomunicações nas áreas mais longínquas do Brasil; b) os desa os da Petrobras
para extrair óleo e gás com o menor impacto ambiental possível; e c) o esforço do Congresso Nacional e do Judiciário para
garantir a necessária segurança jurídica capaz de dar às empresas a tranquilidade para a transformação digital.
2 Nº 156 - Julho, Agosto e Setembro de 2023